CONVOCA E DESCONVOCA

Prefeitura de Jahu ‘dá rasteira’ em servidores e desconvoca aprovados em concurso após garantia de emprego

Revolta e frustração entre candidatos e população: comunicado oficial foi publicado no Jornal Oficial e prefeito vira alvo pelo ‘amadorismo’

Prefeitura de Jahu ‘dá rasteira’ em servidores e desconvoca aprovados em concurso após garantia de emprego
Publicado em 26/07/2024 às 12:18

Revolta e frustração entre candidatos e população: comunicado oficial foi publicado no Jornal Oficial e prefeito vira alvo pelo ‘amadorismo’

A Prefeitura de Jaú está no centro de uma grande polêmica após uma série de convocações e subsequentes desconvocações de candidatos aprovados em concurso público. O episódio gerou um turbilhão de reações, tanto dos convocados quanto da população local, que expressaram sua indignação nas redes sociais e em outros meios de comunicação. O alvo é o prefeito Ivan Cassaro e sua administração, considerada amadora pela “rasteira” que deu em futuros servidores.

O concurso público da Prefeitura de Jaú foi realizado no dia 12 de maio de 2024, com as homologações ocorrendo em 5 e 21 de junho. Os candidatos aprovados receberam a informação de que começariam a trabalhar em agosto de 2024. No entanto, para a surpresa e frustração de muitos, um comunicado oficial publicado no Jornal Oficial da cidade no dia 24 de julho trouxe a notícia do cancelamento das convocações.

O comunicado da Secretaria de Governo, assinado por Paulo Gabriel Costa Ivo, citou a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo o artigo 21 da lei, qualquer ato que resulte em aumento de despesas com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular de poder é declarado nulo de pleno direito. O despacho informou que a convocação será realizada “em momento oportuno após o período eleitoral”.

Reprodução do jornal oficial da Prefeitura com a informação de que os convocados vão ter de esperar o período eleitoral para começar todo o processo de novo de contratação dos aprovados

Impacto Imediato

O cancelamento gerou um grande descontentamento entre os candidatos que haviam sido convocados. Muitos deles haviam deixado seus empregos atuais, feito exames médicos, aberto contas bancárias e realizado outros trâmites necessários para começar a trabalhar na Prefeitura.

A decepção é palpável, e a revolta é visível nas redes sociais, especialmente na página Tem Coisas Jaú, que publicou o ocorrido e abriu espaço para diversos comentários refletem o descontentamento geral (parte aproveitamos aqui no Jaumais). A repercussão negativa já se via na quinta-feira, quando o programa HoraH Notícia falou do comunicado da Prefeitura. Os canais do programa foram tomados por comentários contra a administração Ivan  Cassaro.

Na página Tem Coisas, Cesar Rodrigues, um dos convocados, expressou sua indignação dizendo: “Que absurdo, é muita incompetência. Eles sabiam das regras e do período eleitoral antes das convocações. Agora, como fica quem contava com esses empregos já para o mês que vem? O responsável por esse absurdo deve ser responsabilizado.”

Marco Rogerio da Silva, também convocado, relatou: “Estou perplexo e sem saber para onde correr. Afinal, faz dois meses que estou desempregado e essa seria uma ótima oportunidade para eu voltar a trabalhar. Fiquei sem saber se serei novamente chamado e continuarei desempregado.”

A Reação da População

A população de Jaú também não poupou críticas. Muitos apontaram a falta de planejamento e a aparente ineficiência da administração municipal. Comentários criticam a situação como um exemplo claro de amadorismo. Tem gente prometendo invadir a convenção partidária na qual Ivan Cassaro deve ser lançado candidato à reeleição.

Nelson Junior destacou: “Esse amadorismo da Prefeitura vai custar caro a nós munícipes. Lá vem ações por danos morais que o Prefeito vai pagar com dinheiro que poderia ser investido em educação, saúde, lazer… Parabéns aos envolvidos.”

Geiniffer Menezes expressou sua frustração com a falta de respeito demonstrada para com os aprovados: “Uma falta de respeito com os aprovados.”

Por outro lado, Cilmara Ortolani sugeriu que o erro pode ter sido um equívoco no cálculo do início do trabalho e que não acredita que o prefeito tenha agido de propósito para prejudicar os candidatos: “Infelizmente alguns pais de família ficaram desamparados. Eu não creio que o prefeito faria isso de propósito. A maioria da cidade está satisfeita com o governo dele; ele não iria dar um tiro no pé desse tamanho.”

O que vem a seguir?

A Secretaria de Governo ainda não se pronunciou oficialmente para explicar a razão exata do erro e o que será feito para compensar os danos causados aos convocados. O episódio levanta questões sobre a capacidade de planejamento e a responsabilidade da administração pública, além de provocar um debate sobre o impacto das regras fiscais na gestão de concursos públicos.

Enquanto isso, a situação deixa os aprovados e a população à espera de uma solução, o que evidencia a necessidade de uma revisão dos processos administrativos e uma maior transparência por parte dos gestores municipais. O desfecho deste episódio pode influenciar a percepção pública sobre a administração atual e impactar futuros processos eleitorais na cidade.