PARIS 2024

Brasil faz história com inédito bronze por Equipes na ginástica artística feminina

Agora as atenções se voltam para as finais individuais na quinta-feira: mais medalhas a caminho

Brasil faz história com inédito bronze por Equipes na ginástica artística feminina
Miriam Jeske/COB
Publicado em 30/07/2024 às 15:55

Em um momento histórico para o esporte nacional, a equipe feminina de ginástica artística do Brasil conquistou, nesta terça-feira, a primeira medalha por equipes em sua história olímpica. A façanha aconteceu na Bercy Arena, em Paris, durante a final dos Jogos Olímpicos de 2024, onde as brasileiras garantiram a medalha de bronze.

A equipe brasileira, formada por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira, teve uma performance notável e somou 164.497 pontos ao longo das quatro provas: salto, barras assimétricas, trave e solo. Os detalhes das pontuações foram impressionantes: 42.366 pontos no salto, 41.199 nas barras assimétricas, 39.966 na trave e 40.966 no solo.

O ouro na competição foi conquistado pelos Estados Unidos, que terminaram com 171.296 pontos, enquanto a Itália levou a prata com 165.494 pontos. A disputa pelo bronze foi particularmente emocionante e teve como principal concorrente a Grã-Bretanha, que terminou em quarto lugar com 164.263 pontos.

A competição foi decidida apenas nos momentos finais, com a equipe brasileira observando atentamente a última apresentação da Grã-Bretanha. Alice Kinsella, da Grã-Bretanha, precisava de 13,834 para superar o Brasil, mas obteve 13,600 na trave, permitindo que as brasileiras comemorassem sua conquista.

A celebração das atletas brasileiras foi marcada por um gesto de respeito. Mesmo com a certeza da vitória, a equipe aguardou a última nota de Simone Biles, que ainda competia no solo, antes de se abraçar e celebrar a histórica conquista.

Agora, o foco da ginástica artística brasileira se volta para as finais individuais que começam na quinta-feira, 1º de agosto. O Brasil estará representado nas finais individuais gerais por Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, e em provas específicas: salto com Rebeca Andrade, trave com Rebeca Andrade e Júlia Soares, e solo com Rebeca Andrade.

Essa conquista não só marca um avanço significativo para o esporte nacional, mas também reforça o talento e a dedicação das atletas brasileiras na ginástica artística. O bronze em Paris 2024 é um marco que ficará para a história e promete inspirar futuras gerações de ginastas no Brasil.

VEJA QUADRO DE MEDALHAS

2024.07.30- Jogos Olímpicos Paris 2024 – Ginástica Artística Feminina- Foto: Miriam Jeske/COB

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Esta terça-feira, 30 de julho de 2024, ficará marcada por um brilho especial. É data da coroação de gerações que batalharam para transformar a ginástica artística do Brasil numa potência mundial. É o dia da prova de que o Time Brasil tem muito mais do que um diamante em sua delegação, mas cinco joias valiosas capazes de levar o coletivo ao pódio nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares escreveram seus nomes na história olímpica do nosso país. Com nota 164.497, conquistaram o mais valioso dos bronzes, a primeira medalha por equipes da ginástica artística brasileira, no feminino. Ficaram atrás apenas dos Estados Unidos, com 171.296, e da Itália, com 165.494.

O bronze sela a quarta edição olímpica seguida com o país no pódio. Agora são sete medalhas. A primeira foi o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012. Na Rio 2016 foram três: prata para Zanetti novamente nas argolas, e prata e bronze no solo masculino com Diego Hypolito e Artur Nory, respectivamente. Em Tóquio 2020, Rebeca Andrade quebrou o tabu da ginástica feminina com ouro no salto e prata no individual geral.

Esta foi a quarta medalha do Time Brasil em Paris. O país já conquistou prata com William Lima, no judô, e bronzes com Larissa Pimenta, também no judô, e Rayssa Leal, no skate street.

E vem mais por aí: o Brasil está ainda em outras cinco finais na ginástica artística. Rebeca e Julia estão na final na trave, e Rebeca e Flavinha na do individual geral. A campeã olímpica ainda defenderá o título no salto e disputará o solo. No masculino, Diogo Soares compete na final do individual geral.

Acidente com Flávia e aparelhos mais desafiadores dão susto

Medalhista de prata no último mundial e quarta colocada geral na classificatória, a equipe feminina disputou a final contra Estados Unidos, Itália, China, Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Romênia. Começou a primeira rotação junto às chinesas nas barras assimétricas, aparelho mais desafiador para o grupo. 

Logo no aquecimento, um susto. Flávia Saraiva sofreu uma queda e bateu com o rosto na barra, abrindo o supercílio. Apesar de sair andando normalmente, deixou a arena para receber um curativo da médica do COB, Lara Ramalho.

Lorrane foi a primeira a se apresentar e quebrou o gelo, tendo apenas um leve desequilíbrio na aterrissagem. Recebeu nota 13.000. Na sequência, muita expectativa sobre Flavinha devido ao incidente no aquecimento. Ela não decepcionou. Foi precisa nos movimentos e levou 13.666 dos jurados. No único aparelho em que não foi finalista, Rebeca Andrade não cometeu falhas e recebeu 14.533. Com 41.199, a equipe terminou a rotação em quinto na classificação, atrás de EUA, China, Itália e Canadá.

Na sequência, a trave. Primeira a competir, Julia Soares infelizmente sofreu uma queda e foi penalizada, ficando com 12.400. Flavinha foi a segunda a executar a série e teve um desequilíbrio leve, sem maior comprometimento, e recebeu 13.433. O Brasil ainda protocolou um protesto pela nota de dificuldade, mas não foi atendido. Rebeca novamente fechou a sequência. Teve um desequilíbrio no meio da série, mas se recuperou e cravou a saída. Os 14.133 que recebeu levaram o Brasil a 81.165 no somatório, a sexta soma no geral.

2024.07.30- Jogos Olímpicos Paris 2024 - Ginástica Artística Feminina - Foto  Miriam Jeske COBGinástica Artística Feminina – Foto: Miriam Jeske/COB

Solo e salto viram o jogo rumo à medalha inédita

No solo o jogo começou a virar. Com um misto de Raça Negra e Edith Piaf, Julia Soares esbanjou carisma e levou 13.233. Flavinha, ao som de um clássico Cancã, levantou o público e somou mais 13.533. Rebeca Andrade novamente encerrou a passagem do Brasil. Apesar de alguns desequilíbrios nas aterrissagens, Rebeca recebeu 14.200 e nos recolocou no páreo com 122.132, apenas 0.001 atrás da China.

No salto, nosso melhor aparelho, a obrigação para ir ao pódio era tirar pouco mais de dois pontos de diferença de Grã-Bretanha e Canadá. Jade abriu a série, mas infelizmente pisou fora da nota de aterrissagem e foi penalizada: 13.366. Flavinha também teve um leve desequilíbrio e um passo na chegada e recebeu13.900. Rebeca executou um Cheng e fechou a apresentação do Brasil com 15.100 e 164.497. Era preciso esperar os adversários.

A tensão era gigante diante da expectativa. O Canadá ficou pelo caminho, mas a Grã-Bretanha ainda tinha duas apresentações na trave. Nem o maior esforço das britânicas foi suficiente para apagar o nosso brilho. A festa do Brasil e a medalha inédita estavam garantidas. 

Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares se juntaram a Rebeca Andrade e hoje podem dizer que são medalhistas olímpicas. Que o legado de Tatiana Figueiredo, Claudia Costa, Luisa Parente, Soraya Carvalho, Daniele Hypolito, Daiane dos Santos, Lais Souza e tantas outras pioneiras foi honrado. E que as portas estão abertas para tantas outras gerações que virão.

A escalação do Brasil por aparelho:
Assimétricas: Lorrane, Flávia e Rebeca
Trave: Júlia, Flávia e Rebeca
Solo: Júlia, Flávia e Rebeca
Salto: Jade, Flávia e Rebeca