COMBATE AO CRIME

Câmara de Jahu convoca suplentes de vereadores afastados na Operação Terra Roxa

GAECO esteve em Jaú e chacoalhou a estrutura da política local com uma caçada a pessoas suspeitas de crimes envolvendo licenças para loteamentos, pagamentos de propinas e outras falcatruas

Câmara de Jahu convoca suplentes de vereadores afastados na Operação Terra Roxa
Reprodução HoraH/redes sociais
Publicado em 09/07/2024 às 11:40

GAECO esteve em Jaú e chacoalhou a estrutura da política local com uma caçada a pessoas suspeitas de crimes envolvendo licenças para loteamentos, pagamentos de propinas e outras falcatruas

A Câmara de Jahu vai dar posse na próxima segunda-feira (15) aos vereadores suplentes Fernando Barbieri, Fábio Dorneles e William Oliveira, que assumem as vagas de José Carlos Borgo (PDT), Mateus Turini (PDT) e Luiz Henrique Chupeta (PP), afastados dos cargos por determinação judicial durante a Operação Terra Roxa, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 5 de julho.

É isso o que foi noticiado pelo jornal JC de Bauru, apesar de ainda a Câmara não ter divulgado comunicado oficial. Barbieri disse nesta terça que ainda não recebeu a convocação para assumir a cadeira. A situação pode mudar, caso os afastados consigam alguma medida judicial para se manterem no cargo. Em contato com um assessor de vereador, ele diz que a convocação pode ocorrer nesta quarta, tendo em vista segunda-feira foi ponto facultativo.

A posse de Fernando Barbieri (PDT, 602 votos), Fábio Dorneles (PDT, 431 votos) e William Oliveira (PP, 606 votos) depende do aceite do trio, caso contrário outros seriam chamados. Candidato pelo PDT em 2020, Cecéu fez 545 votos, mas como trocou de partido (PV) ele fica sem a oportunidade de ir para a Câmara, abrindo a ‘fila’ para o seguinte. Barbieri e Fábio foram eleitos em mandatos anteriores. William já chegou a assumir como suplente.

OPERAÇÃO – A operação investiga uma possível organização criminosa que visava beneficiar um grupo econômico local. Ninguém foi preso, já que a Justiça não acatou o pedido dos promotores. Empresários, vereadores e servidores seguem livres momentaneamente.

Conforme divulgado, durante a Operação Terra Roxa, nove promotores de Justiça, 15 servidores do Ministério Público (MP) e cerca de 80 policiais militares cumpriram 26 mandados de busca em Jaú. A operação também resultou no afastamento de três vereadores e de dois servidores da prefeitura.

Além disso, medidas cautelares foram impostas a nove investigados, proibindo-os de acessar a Prefeitura e a Câmara, de manter contato com outros investigados, de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem autorização, e obrigando-os a comparecer em juízo bimestralmente para informar suas atividades. Foram apreendidos documentos e computadores nos gabinetes de sete parlamentares, incluindo os afastados.

Entenda o Caso

Operação Terra Roxa: A operação, batizada de Terra Roxa, foi conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em conjunto com o Ministério Público (MP) e a Polícia Militar. Deflagrada na sexta-feira (5/7), a ação cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em Jaú, visando desmantelar uma suposta organização criminosa. Esta organização seria responsável por práticas ilícitas, como corrupções ativa e passiva, falsificação de documentos públicos, adulteração de sistemas de informações da administração pública e sonegação fiscal, com o objetivo de facilitar negócios espúrios para um grupo econômico.

Participação da Polícia e Ministério Público: A operação contou com a participação de nove promotores de Justiça, 15 servidores do MP e aproximadamente 80 policiais militares do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) e da Força Tática. As investigações ainda estão em andamento para esclarecer todos os fatos envolvidos.

Impactos na Câmara e Prefeitura: Além dos três vereadores afastados (José Carlos Borgo, Mateus Turini e Luiz Henrique Chupeta), dois servidores da prefeitura também foram afastados. Nove investigados receberam medidas cautelares diversas da prisão. Foram apreendidos documentos e computadores nas residências e gabinetes de servidores públicos municipais, vereadores, empresários e outros envolvidos. Na casa de um dos investigados, foram encontrados cerca de R$ 40 mil em espécie, sem comprovação de origem.

Repercussão Política: O prefeito de Jaú, Ivan Cassaro (PSD), em entrevista nas redes sociais, mencionou a operação como um passo para resolver problemas antigos da cidade. No entanto, não comentou sobre o envolvimento de seus aliados, incluindo vereadores e servidores municipais. Esta foi a terceira grande operação policial a atingir a administração de Ivan Cassaro, que já enfrentou investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil por fraudes em licitações e irregularidades em loteamentos.

Reações e Críticas: O jornalista e pré-candidato a prefeito, Paulo Soares, criticou a administração atual e enfatizou a necessidade de uma investigação séria e isenta. Ele destacou a preocupação com o afastamento de vereadores que vinham denunciando irregularidades, como Mateus Turini, autor de denúncias sobre contratos médicos na Saúde, estimados em mais de R$ 32 milhões.

Conclusão: A Operação Terra Roxa trouxe à tona uma série de irregularidades e supostos crimes envolvendo políticos e empresários de Jaú. Com a convocação dos suplentes e a continuidade das investigações, a expectativa é de que todos os responsáveis sejam identificados e penalizados conforme a lei.

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