O Congresso Médico Estudantil de Jaú (Comej) é um evento anual que reúne jovens estudantes do curso de Medicina da Unoeste, de demais cursos da área da saúde, alunos de outras instituições, e diversos profissionais da área em uma atmosfera de aprendizado, networking e troca de experiências. Neste ano, ele entrou em sua terceira edição com uma vasta programação e um tema norteador atualíssimo para as discussões: “Rumo a Medicina 4.0: o papel transformador da inteligência artificial e a individualização dos cuidados da saúde”. É o mesmo tema da 4ª Jornada Acadêmica de Medicina (JAM), que ocorre simultaneamente no campus da universidade. A programação de ambos segue até sexta-feira (26).

A proposta desses eventos acadêmicos consiste em apresentar temas atuais e possibilitar o debate sobre a medicina como área de atuação profissional que mais exige dedicação e responsabilidade de quem a exerce. Outro foco em abordagem é a necessidade constante do profissional médico investir em renovação e aperfeiçoamento, mantendo-se informado sobre novas conquistas científicas, atualizações e preparação para lidar com novas enfermidades que vierem a surgir. Nesse sentido, o 3º Comej busca discutir como explorar o potencial da inteligência artificial para melhorar os cuidados de saúde de forma individualizada, assim como os desafios éticos e regulatórios associados a essa transformação tecnológica.

Natural de Paranaíba, Mato Grosso do Sul, mas que por conta dos estudos está morando em Jaú, a acadêmica do 11º termo da Medicina Larissa Chaves elogia o congresso sob o argumento de que melhora a cada ano. É que ela já participou de todas as edições. “Neste ano, o congresso abordou o assunto de inteligência artificial que eu acho que é muito relevante para nós, futuros médicos. Agora que estamos quase na finalização do curso a busca por novos conhecimentos e atualizações ficam mais constantes e com o auxílio das novas tecnologias podemos aprender e inovar sempre”, opina destacando ainda a relevância do evento por possibilitar um contato mais próximo com profissionais renomados. “As palestras foram todas ótimas, são assuntos de extrema importância e com profissionais gabaritados. Gostaria de parabenizar todo o pessoal pela organização, está muito bom, está muito bem organizado”.

Matriculado no 5º termo do mesmo curso, o aluno Pedro Henrique Correia, de Pratânia, interior de São Paulo, destacou a qualidade e importância dos assuntos abordados. “O que eu mais gostei foi que o congresso focou em temas relevantes e todos os profissionais vêm trazendo conceitos muito atuais sobre a medicina, as inteligências artificiais e como as coisas vêm evoluindo muito rápido. O evento é muito interessante porque tem caráter interdisciplinar e é muito abrangente. Os palestrantes se empenharam muito bem para trazer as inovações da medicina com domínio de conhecimento e que contribui para a formação de todos os alunos”.

Para o Dr. José de Oliveira Costa Filho, coordenador do curso de Medicina no campus de Jaú, essa 3ª edição do Comej proporciona a articulação e construção de todas as etapas a serem realizadas por acadêmicos que são supervisionados pelos professores. “O Comej tem como principal objetivo congregar os participantes acerca dos temas mais atuais na ciência médica. Então é um momento ímpar que esses estudantes têm de ter contato com referências em cada uma das áreas da medicina e com o que há de mais novo em publicações científicas e na ciência médica. O congresso ainda tem o papel de estimular os estudantes a produzirem ciência para que no futuro eles participem de eventos científicos”.

O coordenador ainda destaca que é importante esse acesso dos alunos a profissionais renomados em diversas áreas da medicina, como propõe a programação do Comej. “Considerando que nós, hoje, estamos balizando todas as nossas atitudes na medicina baseada em evidências, esses profissionais são reconhecidos justamente por utilizarem isso. Então é importante que eles tenham esse contato, para entenderem a importância de se seguir essas grandes evidências e assim obterem resultados com um maior sucesso, tanto no resultado das propostas quanto profissionalmente”.

Ampla programação

Dentre as diversas palestras com profissionais renomados e referências em suas áreas, estava a que foi conduzida pelo médico fisiatra e psiquiatra Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba. Ele abordou o tema “Transtornos mentais versus inteligência artificial”. “Falei sobre transtornos mentais, abordei temas como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar e eu comentei sobre o suicídio e índices de suicídio. Tive a oportunidade de falar sobre um trabalho que eu fiz de conclusão da minha residência no Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente, onde conseguimos encontrar índices de que o curso de medicina tem uma menor propensão a ter pessoas com pensamento e comportamento suicida em relação a outros cursos, por exemplo e também em relação a pessoas que não fazem curso superior”.

Dr. Gabriel ainda contextualizou as percepções sobre esses números. “Nós acreditamos que isso se dá pelo fato de o aluno que cursa a medicina ter uma expectativa, uma esperança maior em relação ao futuro dele, de ter um futuro seguro, pensando que quando ele se formar ele vai conseguir um emprego”, completa ele.

O diretor das Faculdades de Medicina da Unoeste, Dr. Murilo de Oliveira Lima Carapeba, abordou o tema “Imunobiológicos na dermatologia: onde estamos e para onde vamos”. “A ideia foi apresentar para quem participou do congresso, uma visão mais geral de onde estamos, do que está acontecendo na área da saúde com relação às medicações mais novas, as que foram desenvolvidas e que estão em desenvolvimento ainda, e que a gente está aprendendo a cada dia e que a inteligência artificial vem só para somar. Então, a IA vem aí para mostrar que ainda temos um caminho longo a ser percorrido, vem para ajudar a gente a atingir os principais objetivos que os médicos têm que ter, que é oferecer o que há de melhor para a qualidade de vida dos pacientes”.

Dr. Murilo Carapeba ainda acrescenta que a importância da abordagem disso numa Faculdade de Medicina é mostrar para os alunos que serão futuros profissionais médicos que a medicina é muito mais do que a gente vê só dentro da sala de aula. “É preciso mostrar que é necessário um estudo contínuo, então do mesmo jeito que nos grandes laboratórios os cientistas estão sempre estudando, sempre pesquisando, sempre tentando inovar e trazer melhorias nas medicações para diminuir os efeitos colaterais e para melhorar os resultados, nós também devemos continuar estudando. Dessa maneira, terminar a faculdade não é aquele momento onde esse profissional diz, ‘agora parei’. É preciso continuar estudando, porque sempre tem novidades e quem fica parado acaba ficando defasado”, explicou, esboçando felicidade em ter participado do Comej e ter compartilhado conhecimentos com os presentes. “Estejam sempre em busca de aprender mais, de saber mais”, finalizou.

FONTE: ASSESSORIA UNOESTE