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Sexta, 29 de março de 2024

Movimento “Precisamos Trabalhar” diz que cancelou 2ª carreata para investir em campanha contra a fome dos carentes

Jaumais acompanhou a primeira carreata e faria cobertura da segunda, mas só tinha polícia circulando por lá

01 de Abr 2020 - 17h:28 Créditos: Paulo César Grange
Crédito: Divulgação - Movimento Precisamos Trabalhar /// Beneficiados e alimentos da campanha


Integrantes do movimento “Queremos Trabalhar”, que mudou de nome para “Precisamos Trabalhar” e que realizou uma carreata em Jaú no dia 27 de março e realizaria outra no dia 31, entrou em contato com o Jaumais para dar sua versão do motivo do cancelamento. Segundo dois integrantes, a carreata de quarta-feira foi cancelada porque os membros do movimento decidiram unir forças para combater a fome.

Na primeira carreata não teve campanha de doação de alimentos. Na segunda carreata, material de divulgação pedia a doação para ser entregue no ponto de concentração, atrás do Jaú Shopping. O Jaumais esteve no local e constatou o cancelamento. A Prefeitura informou que estudava enquadrar os organizadores em crime contra a saúde pública. Viatura da Policia Militar que passou pelo local, disse que estava verificando se iria ocorrer aglomeração.

A seguir, a manifestação de Sarita Teixeira Reche (nome no Facebook) sobre o real motivo. E alguns dos argumentos utilizados pelo organizador Neemias Souza Antonio, que revende carros em Jaú e é um dos empresários prejudicados pela quarentena determinada em decretos municipal e estadual. Decreto este que  a carreata queria derrubar.

Campanha de arrecadação que substituiu a carreata do dia 31

Organização se explica

“Em nome de todos do movimento Precisamos Trabalhar deixamos aqui nossa indignação pela publicação não verídica sobre o movimento. Cancelamos a carreata para unir esforços para sanar aqueles que estão com fome. A coleta está sendo na avenida Ana Claudina,59. Só hoje atenderemos 28 famílias”, diz Sarita Teixeira Reche em mensagem enviada ao portal Jaumais em nome dos organizadores.

Pouco depois, um dos organizadores, Neemias Souza Antonio, a revenda de automóveis, Forte Motors, também fez contato com a reportagem. Ele encaminhou fotos de alimentos arrecadados e de famílias que receberam mantimentos.

O setor dele, de revenda de carros, não se encaixa nas atividades essenciais. Por isso foi fechado. Outras, como lojas de material de construção e oficinas mecânicas, estavam na proibição, mas foram liberadas na segunda-feira, primeiro dia útil depois da carreata de empresários realizada em muitas cidades do país. Marília chegou a liberar o comércio, mas voltou atrás.


Polícia autorizou evento - O comerciante Neemias também disse que tinham autorização da Polícia Militar para fazer a carreata, mediante ofício assinado pelo capitão. Ao ser solicitado uma imagem do documento, o empresário não quis fornecer. Disse que a viatura utilizada na reportagem do site foi lá para apoiar o movimento.

Indagado se tinha autorização da Prefeitura, Neemias disse que não precisa de autorização para fazer o manifesto, citando que é um direito constitucional. Ele diz que solicitou audiência com o prefeito de Jaú, por meio do vereador José Carlos Borgo, mas que ficou sem resposta.

No entanto, decreto do governo do Estado veta aglomerações por conta da pandemia. A própria Prefeitura estuda enquadrar os participantes da carreata como “crime de saúde pública”, utilizando decreto estadual para isso.

Catarino e família, beneficiado com doação do Precisamos Trabalhar - Foto Divulgação/Neemias

Imprensa questionada - Neemias também se mostrou crítico da imprensa e duvidou o que o Jaumais lhe abriria espaço.  O Jaumais, aliás, no primeiro vídeo mostrando a carreata da última sexta-feira, abriu espaço para o organizador Bruno se manifestar – reportagem no nosso site mostra os argumentos da organização em defesa da carreata.

“Sei que a imprensa gosta ser sensacionalista.  Seja um pessoas sensata mostre o que é o teor do nosso movimento Precisamos trabalhar. Sei que urubu só gosta de carniça. Temos coisas boas pra você postar na pagina. 

Argumentos para abrir tudo - Nos argumentos em defesa da carreata pedindo o fim da quarentena e a retomada das atividades  econômicas, disse que “foi um sucesso, contamos aproximadamente 180 veículos”. Vídeo feito pelo Jaumais que mostra a carreata foi visualizado mais de 4 mil vezes. Sem versão oficial, a estimativa do site foi de 120 carros e caminhões.

Pediu para o jornalista ser mais humano nas postagens, enviou memes com número de recuperados na Itália, disse que a imprensa quer combater o presidente Bolsonaro e não o vírus; e falou que tem um atestado de óbito de senhor que morreu em Recife no qual consta a covid19 como causa da morte, causa esta negada pela filha com quem Neemias entrou em contato.



Adriele, do Jardim Padre Sani, beneficiada com a campanha dos empresários - Foto: Divulgação / Neemias





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