Diante da denúncia levada ao ar pelo SBT (Noticidade) no programa das 12h de que um foco de coronavírus está dentro da Santa Casa, com 11 casos entre funcionários e sete entre médicos, o provedor do hospital se manifestou, evitando o alarmismo.
Alcides Bernardi Júnior disse que “são três ou quatro médicos” com casos confirmados e que do grupo de funcionários só um está internado nesta quinta-feira, dia 7 de maio. Os demais casos positivos o paciente foi para casa em isolamento. O primeiro médico, que chegou a precisar da UTI, já voltou a trabalhar. Bernardi calcula em cerca de 20 os recuperados que passaram por atendimento na Santa Casa de Jaú, sem contar quem passou pelas unidades de saúde de Jaú e ficaram isolados em casa.
Quantos na UTI hoje - Ele aproveitou para informar que são 20 os pacientes internados por volta da 15h30 desta tarde na Santa Casa de Jaú – dez na UTI e dez na enfermaria. Segundo ele, o número de dez é o máximo que chegou a ser tratado na UTI simultaneamente. O hospital tem dez vagas “compradas” pela Prefeitura de Jahu e mais dez criadas para serem custeadas pelo SUS, que ainda não assinou o convênio. Somando tudo, diz que é possível chegar a 25 ou 30 leitos de UTI.
Sobre a infecção de médicos, Alcides Bernardi diz que pode ter outros médicos suspeitos ou com a doença que trabalham em outro hospital. Sobre funcionários com covid-19, ele diz que a Santa Casa é para onde vão as pessoas doentes e que o contágio tende a ocorrer, mesmo com a entrega de EPIs. E garantiu que teve funcionário que contraiu a doença fora – uma vez que estava de férias e no dia seguinte da volta ao trabalho exame deu positivo.
Máscara a todos - Bernardi diz que está dando equipamento aos funcionários e que chegou recentemente mais de 7 mil máscaras N95 (a correta para o uso com quem trabalha no hospital e lida com pacientes suspeitos). Serão entregues a todos os funcionários. “Todo dia .1200 máscaras vão para o lixo”, diz referindo-se ao consumo excessivo, que, aliado ao preço alto, dificulta o hospital repor o estoque.
A respeito dos muitos casos que esta surgindo este mês, ele lamenta que muita gente não respeita as medidas. Cita médicos, funcionários e a própria população que não leva a sério o risco de contágio. “Vão pegar mesmo”, alerta, esperando que não sejam tantos casos a ponto de o hospital não conseguir atender a todos. Ele pontua que tirando os três óbitos de pacientes que vieram de fora já em estado grave, ninguém morreu em tratamento na Santa Casa de Jaú.
Sindicato fiscaliza - No fim de março, preocupado com o risco de contaminação dos profissionais da área, o sindicato da categoria obteve liminar na Justiça do Trabalho obrigando a Santa Casa de Jaú a fornecer um kit de EPIs a todos os funcionário. Medida semelhante obtida para o Hospital Amaral Carvalho. De acordo com o sindicado desde então tem chegado denúncias de falta de EPIs.
Nesta quinta-feira, segundo a presidente do Sindicato da Saúde de Jaú e Região, Edna Alves, a chefia teria informado o pessoal do apoio (limpeza, copa...) que todos passariam a receber a máscara N95.
Ela entende que se apareceram tantos casos assim (11) no hospital é possível que o hospital tenha perdido o controle justamente por não equipar funcionários fora da UTI e enfermarias da covid.
“Temos informação de casos positivos entre funcionários do pronto socorro”, comenta. E questiona o rodízio de funcionários, que num dia atende pacientes de covid e no outro sobe para trabalhar em outro setor. Essa transição de um lugar para outro pode levar o vírus e ajudar a espalhar.