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Sábado, 20 de abril de 2024

'Grande parte dos linfomas tem cura, mas o diagnóstico precoce é importante', ressalta hematologista do Hospital Amaral Carvalho

No Dia Mundial da Conscientização sobre Linfomas, especialista destaca sinais de alerta pra detecção da doença

15 de Set 2021 - 09h:49 Créditos: Assessoria HAC
Crédito: Divulgação/HAC - O paciente Jair Marinho, de Mogi Mirim/SP, que realiza tratamento de linfoma no HAC; a hematologista do HAC, Marcia Higashi

Linfomas são um grupo com mais de 40 subtipos de câncer, originários das células do sangue, especificamente nos linfócitos, que são responsáveis pela defesa do organismo. O diagnóstico precoce da doença, que deve ter mais de 12 mil novos casos novos no Brasil neste ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é tema de destaque no Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, celebrado neste 15 de setembro.

Classificados entre Linfoma de Hodgkin e Linfoma não Hodgkin, esses tipos de câncer têm particularidades em cada um deles, como faixa etária de maior risco, sintomas e até o tratamento. “Grande parte dos linfomas tem cura, mas o diagnóstico precoce é importante. A biologia de cada tipo da doença e as características do próprio paciente influenciam no prognóstico. Mas, quanto mais rápida a detecção, maiores as opções de tratamento e os índices de cura ou sobrevida”, relata a hematologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) Márcia Higashi,

Atenção aos sinais

A médica explica que, os linfomas ocorrem por algumas mutações que fazem com que os linfócitos sejam produzidos de forma desordenada. “Em alguns casos, não temos como explicar o que causa essa mutação, mas sabemos que há relação com fatores externos, como exposição a produtos químicos, como derivados de benzeno e agrotóxicos. Também pode ter relação com alguns vírus, como o HIV”.

Pela origem desconhecida e por não ter medidas preventivas efetivas contra os linfomas, a especialista ressalta que a atenção às alterações no corpo podem levar ao diagnóstico precoce da doença. “Muitos sintomas são comuns para várias doenças, às vezes nem estão relacionados ao câncer, mas também podem ser sinais de alerta”, afirma.

Entre os sintomas mais comuns relacionados aos linfomas estão os gânglios aumentados, popularmente conhecidos como ínguas, que podem surgir no pescoço, nas axilas ou virilha. Também são sinais importantes cansaço ou perda de peso sem motivo aparente, febre de origem indeterminada e sudoreses noturnas. “Se apresentar qualquer um desses sintomas, procure um médico para a investigação e, se necessário, será realizada uma biópsia, que é retirar um pedacinho do nódulo ou do órgão acometido para fazer uma análise em laboratório, para realizar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento”.

Avanços no tratamento

De acordo com a hematologista do HAC, o que diferencia os linfomas é que alguns são mais agressivos, outros indolentes (quando a doença fica em remissão, mas pode voltar). “Para esses mais agressivos, há grandes chances de cura, e os indolentes, hoje, conseguimos um tratamento efetivo, como o de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que dão qualidade de vida ao doente”.

A médica ressalta que o tratamento, basicamente, pode ser com quimioterapia, em alguns casos, complementada com radioterapia. “Além disso, temos grandes avanços como a associação de imunoterapia e terapia celular, e para casos de recidiva, o transplante de medula óssea”.

Check-up

Com a saúde não se pode perder tempo. Ciente disso, o aposentado Jair Marinho (56), morador de Mogi Mirim/SP, foi logo procurar atendimento médico quando começou a sentir uma fraqueza. Mesmo praticando exercícios físicos com frequência, percebeu que o cansaço era incomum. “Num dia, em uma caminhada de rotina com meu filho, cheguei em uma subida e não conseguia mais andar, minhas pernas não me obedeciam. Acabei forçando e concluí o trajeto, mas aquele mal-estar foi ficando constante”, lembra.

Foi quando Jair resolveu fazer um check-up e os exames de sangue apontaram várias alterações. “Fiquei assustado. Na hora o médico me encaminhou para receber uma transfusão de sangue, coisa que eu nunca tinha feito, e já me orientou a procurar um hematologista”.

Ainda sem entender, Jair passou pelo especialista, que fez vários exames e uma biópsia. “Enquanto aguardava o resultado, em casa, cheguei a desmaiar algumas vezes, de tão fraco que estava. E aí veio o diagnóstico: Linfoma do Manto, um tipo raro de Linfoma não Hodgkin”.

Sem histórico da doença na família e com um estilo de vida que considerava saudável, ele conta que ficou chateado, mas se propôs a lutar pela vida. “Os médicos aqui no Amaral Carvalho me explicaram tudo certinho, tem cura, e pra quê ficar me sentindo mal e fraco? Tem que encarar de frente, fazer o tratamento para sarar”.

Ele relata que sempre cuidou da sua saúde e por isso, descobriu a doença no início. “Talvez pudesse ter percebido antes ainda e não chegasse a me sentir tão mal. Mas, se eu puder dar um conselho é que sempre precisamos buscar ajuda. Um cansaço pode parecer normal, mas no meu caso não era. Então, se sentir algo diferente, a pessoa deve procurar atendimento. Pode não ser nada, mas seja o que for, é melhor se cuidar”, recomenda.

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