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Quinta, 28 de março de 2024

REGISTROS DO DIA A DIA

23 de Jun 2020 - 11h:04

Aquela crônica sobre nomes de ruas continua sendo alvo de comentários até hoje. Os leitores apreciaram o assunto e, muitos, continuam se comunicando e pedindo que seja feita uma nova abordagem. O professor Adonis Pirágine, ilustre educador, me telefonou dia desses, propondo que as escolas fizessem, com os alunos de oitava séria, uma pesquisa sobre a pessoa que mereceu a honra de ter seu nome imortalizado na rua em que cada um residisse e, depois, essa documentação seria enviada para o poder público que a imprimiria, como forma de contar um pouco da história da cidade.

Campos Prado

Mudando de assunto, quero registrar que o Luiz Carlos de Campos Almeida Prado, além de homem de negócio de grande sucesso, continua sendo o dono da voz privilegiada que o tornou a grande atração nacional, em 1955, quando foi eleito “a voz de ouro”. De vez em quando, ele pega o seu violão e vai cantar para as crianças dos hospitais, repartindo com elas a sua alegria de viver, num gesto altruísta que deveria ser imitado por todos os que tem dotes artísticos. Aliás, foi o Luiz Carlos quem me mostrou, com muito entusiasmo, o disco “Estreia”, gravado por Ozy, um pernambucano que, casando-se com uma jauense, adotou a Terra de Ribeiro de Barros como moradia e onde vem desenvolvendo o seu talento.

O disco tornou-se possível graças ao incentivo do jauense João F. Tonon, que o produziu. Desse trabalho, onde Ozy mostra sua face bem moderna, sem perder nada de suas raízes puras do Nordeste, participam outros talentos da cidade: o polivalente Arquimedes Ferreira, na bateria, percussão, teclado, baixo e flauta; Paulo Zen no sax tenor e clarinete; Antônio Carlos, no baixo e bateria; o notável Mir de Oliveira e a bela voz da cantora Susie. Como bem diz o Luiz Carlos Prado, um conhecedor do assunto, um disco profundamente brasileiro, onde não se esquece, inclusive, uma mensagem ecológica importante, na letra de “Era”, quando o autor diz que “quando tudo era bom, no princípio de tudo, o homem não poluía os rios, os mares, os céus” e termina: “mas ele próprio cavou sua grande sepultura, destruiu sua própria morada. Hoje é um gigante doente”.

Finalmente, um aplauso para a professora Maria Aparecida Buchala. No último final de semana ela mostrou, aos jauenses, o espetáculo de comemoração dos vinte anos de atividades do seu Balé Mariaska. Ao longo de todos esses anos, ela burilou talentos e aspirações, transformando sonhos em realidades e, de suas mãos, brotaram nomes que hoje despontam em toda a região. Não foi uma tarefa fácil, porque a arte do balé não é nada fácil, pelo contrário, a dança exige dedicação e muitos sacrifícios, principalmente sacrifícios.

Vinte anos é uma vida e, hoje, a professora Cidinha pode colher os frutos de seu grande trabalho. As muitas gerações que com ela conviveram podem dizer que aprenderam o que é a dança e o que mostraram é o exemplo dessa longa caminhada. Foi um espetáculo bem elaborado, inovador, com uma mensagem final moderna, mas unindo o clássico ao popular ao longo dos números, onde se evidenciava, principalmente, a garra e a vontade dos bailarinos.

Hoje foi dia de falar sério. Afinal, de vez em quando é preciso fazer os “registros do dia a dia...”

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