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Sexta, 29 de março de 2024

IMPRESSÕES DE VIAGEM

28 de Mai 2021 - 16h:20

A intenção não era falar sobre nossa viagem a Orlando neste espaço. A ideia foi da Bianca Zaniratto, uma de nossas editoras na redação. Como é bom acatar sugestões das chefias, vamos lá: levei setenta anos para realizar um dos passeios mais planejados em todos os tempos. Finalmente, por volta de sete horas da noite do dia sete de janeiro o grande Boeing tocou a pista do Aeroporto Internacional daquela cidade. Uma série de interrogações pontuava minhas rugas. Iríamos enfrentar aquela que diziam ser a polícia alfandegária mais exigente. Nada disso. Foram extremamente gentis sob todos os aspectos, principalmente no tocante à assistência aos idosos e deficientes. Eu diria que foram mais atenciosos que nossos vizinhos argentinos, há dois anos.

Éramos um grupo de vinte e dois turistas de Campinas, Amparo, Itapira e Limeira, capitaneados por um garoto de vinte e um anos, um dos sócios de uma operadora de Americana. O quase menino desempenhou um excelente trabalho ao longo dos treze dias de intensa movimentação. Após rápidos trâmites para retirada das malas, ele nos levou para um grande e moderno ônibus meticulosamente estacionado ao lado de outras dezenas que também aguardavam turistas de várias nacionalidades. Finalmente rumamos para o elegante hotel de vinte e cinco andares que nos acomodaria pelas próximas noites. Foi aí que começamos a observar as grandes avenidas de quatro, cinco pistas cuidadosamente conservadas, sem qualquer vestígio de sujeiras. Lembrei-me então das ruas centrais desta nossa Jaú. Será que um dia nossa população aprenderá mantê-las limpas e bonitas? Tenho sérias dúvidas.

Com habilitação para chamadas internacionais, meu telefone celular jurássico imediatamente informou que estava pronto para funcionar. Nem parecia aquele que, aqui na cidade, teima em dizer que “está procurando sinal”. Todos os dias, pela manhã, minha esposa falava com a mãe, em Bocaina, sem maiores problemas. E o melhor: o custo era bem mais em conta do que por aqui. E assim, sem embaraços, ele funcionou ao longo de nossa permanência, em qualquer lugar. E lá estávamos nós, no vigésimo andar, de onde era possível observar grande parte da cidade. Tudo perfeito? Em parte. No café da manhã foi possível descobrir que, infelizmente, o café preto deles é difícil de ser deglutido sem adição de creme. Mas, até encontrar o ponto ideal, ele esfriava. Nem mesmo em lojas conceituadas e especializadas foi possível tomar um bom café. Infelizmente, nem tudo é perfeito. Em compensação, o famoso “breakfest” deles é muito bom. Para engordar, evidentemente.

Dia oito de janeiro, início da peregrinação pelos parques, começando pelo Reino Mágico. Ao longo de um dia ensolarado foi possível retornar à infância, com os personagens mais conhecidos: Branca de Neve, Mickey, Pateta, tudo emoldurado por desfiles que aconteciam ao longo do dia, pelas ruas, com carros alegóricos e muitos bailarinos. Do alto do castelo, de hora em hora, os acenos daqueles que pontuaram nossa infância inocente, muito diferente daquilo que vive a moçada de hoje. Tudo pontuado por trilhas sonoras sensacionais, inclusive melodias natalinas, pois o parque ainda mantinha sua decoração própria da época. Ao entardecer desse primeiro dia, quando as luzes começaram a emoldurar os cenários, uma grata surpresa: um vento gelado começou a soprar, levando para Orlando uma pontinha do frio que fazia em Nova Iorque, coisa de seis graus positivos. E a gente com agasalhos finos, próprios para o Brasil. O negócio era suportar da melhor forma possível.

Ao longo dos dias em que lá estivemos, desfrutando de todos os parques, inclusive os mais radicais, uma feliz descoberta: o inglês aprendido nas aulas do professor Tidinho, no Instituto de Educação, foi suficiente para uma boa comunicação, em todos os lugares, sem fazer feio. Mas o detalhe mais importante: a limpeza em tudo e em todos os lugares. Não seria possível contar tudo. Assim, estas foram apenas breves “impressões de viagem...”.

P. Preto é jornalista - p.preto@hotmail.com

Texto publicado originalmente no Comércio do Jahu

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