JAUMAIS ANTIGO

Jaú celebra Monumento ao Desbravador com homenagem póstuma a Germano Fachini e demais personagens ligados à estátua

A homenagem ao Monumento ao Desbravador é um tributo à união e ao reconhecimento da comunidade italiana em Jaú. O monumento, inaugurado em 1953, simboliza o imigrante e seus descendentes desbravando a mata e dedicando-se ao plantio do café

Jaú celebra Monumento ao Desbravador com homenagem póstuma a Germano Fachini e demais personagens ligados à estátua
Germano Fachini em frente do monumento alguns meses atrás. Professor morreu em 27 de julho
Publicado em 10/08/2024 às 10:28

Infelizmente, a homenagem será marcada por um tom de saudade e reverência, uma vez que o último dos envolvidos na construção do monumento até então vivo, o professor Germano Fachini, faleceu alguns dias atrás.

FOTOS: REPRODUÇÃO DO PERFIL DE VERA LUCIA TOLEDO PEDROSO

Neste domingo, 11 de agosto, Jaú realiza cerimônia em homenagem aos idealizadores do Monumento ao Desbravador, que foi inaugurado no centenário da cidade. A inauguração de uma placa comemorativa que imortaliza os autores do monumento ocorre às 9h, com a presença de familiares dos homenageados e a participação da Banda Carlos Gomes, patrimônio cultural de Jaú.

Convite para solenidade deste domingo

A iniciativa, liderada pela educadora aposentada Vera Lúcia Toledo Pedroso, busca retomar a história e valorizar os nomes daqueles que contribuíram para a construção deste ícone histórico. “A iniciativa é em parceria com o jauense Carlos Alberto Contador, que batalhou lado a lado. É engenheiro mecânico,  professor da Unicamp aposentado e apaixonado por Jaú”, comentou.

Germano Fachini e professora Vera Pedroso

Infelizmente, a homenagem será marcada por um tom de saudade e reverência, uma vez que o último dos envolvidos na construção do monumento até então vivo, o professor Germano Fachini, faleceu em 27 de julho, apenas duas semanas antes do evento. Germano Fachini, figura central na realização do monumento, chegou a Jaú em 1949 e dedicou-se intensamente ao projeto, culminando na inauguração do monumento em agosto de 1953. Sua criatividade e talento foram fundamentais para o sucesso da obra.

Fotos guardadas no acervo de Ivo Moretto, cedidas por seu neto, Gustavo, mostram a figura do Desbravador na época em que o Monumento permanecia no local original, Praça do Centenário.

A cerimônia também destacará a contribuição de outros notáveis personagens da história jauense. Eugênio Zago e Agnello Lourenção, fundadores da tradicional Marmoraria Zago & Lourenção, desempenharam papéis cruciais na elaboração do pedestal do monumento. Geni Zago Galazini representará seu pai, Eugênio, enquanto Pedro Lourenção, neto de Agnello, receberá a homenagem em nome do avô.

Eneas Sampaio Souza, renomado professor e educador do IE “Caetano Lourenço de Camargo “, também contribuiu com a construção do Monumento ao Desbravador. Afeito ao trabalho com modelagem em argila, colaborou, em parceria com Germano Fachini, para a elaboração do projeto inicial.

Outro nome de destaque é Ivo Moretto, sócio-proprietário da Fundição Dragão, que, juntamente com Olivio Ciola, foi responsável pela fundição em bronze do monumento. Ivo será representado pelo neto, Gustavo Moretto, na cerimônia. Olivio Ciola, que se tornou compadre do Professor Germano devido à estreita parceria entre ambos, será representado por dois de seus filhos.

Ivo Moretto, outro jauense que deixou seu nome marcado na construção do Monumento ao Desbravador. Sócio proprietário da Fundição Dragão, dedicou-se, ao lado do parceiro de trabalho e sonhos, Olivio Ciola, na parte da fundição em bronze, completando o trio de artistas com Germano Fachini

A contribuição de Eneas Sampaio Souza, renomado professor e educador, também será reconhecida. Ele colaborou com Germano Fachini na elaboração do projeto inicial do monumento. Outro importante colaborador foi Antônio Milano, conhecido como Tunim, que serviu de modelo para a figura do desbravador.

Nas fotos, cedidas pelo sobrinho de Waldemar Bernardi, Renoaldo Francisco Kazmarek Filho , podemos vê-lo, ainda jovem, com seus irmãos Dirceu e Terezinha ( ele é o que está à direita)

Waldemar Bernardi, autor do desenho inicial do monumento, também será lembrado. Bernardi foi um arquiteto autodidata e artista plástico que deixou sua marca na vida cultural de Jaú e região. Seu sobrinho, Renoaldo Francisco Kazmarek Filho, cedeu fotos históricas que ilustram a participação de Bernardi na criação do monumento.

Waldemar Bernardi ao lado de sua mãe

Vera Pedroso ressalta a importância de reconhecer e valorizar essas figuras históricas. “Queremos retomar nossa história, os nomes dos que a construíram! Reforçar nossas raízes, nosso orgulho, amor por Jaú!”

Segundo relato do livro do Centenário, esse foi o desenho que deu origem ao projeto do Monumento ao Desbravador. Seu autor, Waldemar Bernardi, um homem criativo e extremamente talentoso, deixou sua marca e valiosa contribuição na vida cultural de Jaú e região

A homenagem ao Monumento ao Desbravador é um tributo à união e ao reconhecimento da comunidade italiana em Jaú. O monumento, inaugurado em 1953, simboliza o imigrante e seus descendentes desbravando a mata e dedicando-se ao plantio do café, o “ouro verde” da economia local. A cerimônia do dia 11 de agosto será uma oportunidade para a comunidade jauense celebrar suas raízes, honrar seus pioneiros e perpetuar a memória daqueles que contribuíram para a construção da história da cidade.

Olivio Ciola, sócio proprietário da então Fundição Dragão, também teve participação fundamental na execução do Monumento ao Desbravador
Eugênio Zago, na foto, à esquerda e Agnello Lourenção, à direita, num passado distante, se associaram e formaram a tradicional e famosa Marmoria Zago&Lourenção
Fotos guardadas no acervo de Ivo Moretto, cedidas por seu neto, Gustavo, mostram a figura do Desbravador, ainda em fase de construção, na Oficina
Professor Germano queria um modelo para a devida observação de todos os detalhes da anatomia e execução dos movimentos. A busca da perfeição exigia isso. Próximo de sua residência ficava a Masoil, próspera empresa jauense. Dentre seus funcionários, um jovem descendente de italianos, Antônio Milano, chamava a atenção pelo porte físico, mostrando-se apto para a tarefa. Convidado, se propôs a colaborar. Sua participação foi registrada por fotografia histórica. Assim, Antônio Milano, também conhecido como Tunim, marcou seu nome na nossa trajetória, nesse capítulo que registra e fortalece os laços entre Brasil/Itália.

HOMENAGEM DE VERA PEDROSO AO PROFESSOR GERMANO FACHINI EM 29/04/2024, POR OCASIÃO DA MORTE DELE ORIGINAL, CLIQUE AQUI

Germano Fachini, Semeador de cultura e conhecimento. Mágico transformador de traços e cores em imagens de tocante beleza. Aquele que nos ensinou a olhar, a abrir a janela do mundo e sonhar… Um eterno mestre!

A minha enorme admiração lhe conferia o dom da imortalidade. Sua existência garantia, de certa forma, a permanência de preciosas referências. Mas a realidade não tardou a se manifestar e, dolorosamente, nos fez reconhecer a finitude desta passagem. Professor partiu sem aviso, mas sem dores, o que nos consolou diante da perda repentina.

Havíamos combinado um encontro festivo para o sábado à noite, com direito a vinho e foundee. Porem, o Pai resolveu vir buscá-lo. Foi feita a Sua vontade. Queríamos muito homenageá-lo pelo centenário de seu nascimento e marcar, definitivamente, seu nome ao lado dos parceiros de empreitada, junto ao Monumento ao Desbravador. Pouco afeito a homenagens, honrarias, preferiu assistir lá de cima. Seus filhos o representarão. O nome ficará lavrado, com justiça.

Sentiremos saudades! Como sentiremos! A ausência causará um aperto enorme no coração. Mas, acima de tudo ficará a gratidão por tantos anos de convivência e aprendizado. Anos dos tempos de sala de aula e, ultimamente da partilha de passeios, café e refeições em família. Prosa amena, riso fácil, carinho genuíno entre pessoas que criaram vínculos para além desta vida. A ligação, seguirá com D. Alzira. Ela faz parte do legado, da história.

Gratidão eterna, Professor e amigo Germano Fachini. Um ser que só trouxe luz na sua passagem. Alguém que veio para acrescentar e ensinar a viver com integridade, sabedoria, humildade. Que honra ter partilhado de sua existência.

O Monumento ao Desbravador tem uma grata história, sempre foi e será um marco. Para que se tornasse realidade, muitas etapas foram vencidas. Um grupo de pessoas ligadas à colônia italiana se reuniu na Marmoria Zago&Lourenção para discutirem as probabilidades. Segundo relato contido no Livro do Centenário, Waldemar Bernardi, arquiteto autodidata, criativo artista plástico e decorador, fez o desenho inicial do Monumento. A partir daí, outros nomes foram lembrados e chamados a colaborar. Somaram esforços e talentos: Germano Fachini, Eneas Sampaio Souza, Olivio Ciola, Ivo Moretto.
Os nomes dos que contribuíram para a construção do Monumento ao Desbravador está registrado no livro do Centenário da cidade.
INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO AO DESBRAVADOR, POR OCASIÃO DO CENTENÁRIO DE JAÚ, FOI DESTAQUE EM JORNAIS DE OUTRAS LOCALIDADES.
Reprodução do Comércio do Jahu sobre personagem. Reportagem de José Renato de Almeida Prado (foto/arquivo)
Reprodução da coluna Fato Fino, de José Renato de Almeida Prado, sobre a morte de Fachini

VÍDEO DE LIMPEZA DO MONUMENTO

VEJA VÍDEO SOBRE O MONUMENTO RESTAURADO